terça-feira, 10 de abril de 2007

NÃO MINHAS

Não minhas, talvez doutro alguém,
São estas penas de carpir lamentos,
Mas se eu não sou aqui de ninguém,
Como levar uma vida só de tormentos?

Construo a minha base a partir do nada,
Ah, quem me dera, ser só o que quer,
Quando a pena enfim fosse resgatada,
Num jardim só de flores e malmequeres!

Procuro por mim a todo o instante,
Sou ser duplo em constante convulsão,
E sou apenas o que não leva avante,

O seu opróbrio, e se deixa envolver,
Pela tímida razão do fausto coração,
Que não encontra razão para viver.