domingo, 29 de abril de 2007

escrevendo sempre...

Fico daqui, escondido...
Feito objeto perdido.
Mas que traz como marca o sorriso,
que certeza tenho, nunca em mim se extirpará.
Fico daqui observando gritos e frenesis.
Alegrias e desalegrias, e o pior, o instante mor,
do que se desenha um mal capital: o dissimular.
Cerca que antecede o pedido de entrada, e que se veste como motivo de saída.
E a vida?
Por onde será que ela se meteu?
Ela nada soma,
quando secreta.
Ela é sem valia, se somente vagar pelos sonhos meus.
Pular.
Observar.
Já nem sei se o escalabro, mora no grito solto ou no silêncio do corpo,
que embora absorto, ja sabe e tem de cor a roupa que lhe cabe.
Talvez vergonha.
Talvez sensação de querer ser entendido.
Talvez até razão de não aparecer.
Pra quê?
Não sei se esse meu jeito sonso, faz-me ser absconso...
Enquanto penso,
procuro entender a razão do meu escrever não viajar alhures.
Talvez meus instantes escritos,
tenham nuances finitos.
Ou talvez, eles não ganhem sentido,
quando desenvolvidos pelo meu coração,
e transcritos pelas minhas próprias mãos.
De qualquer forma, amorfo ou fazendo vulto,
fico aqui oculto até que dia se faça.
Sempre escrevendo, escrevendo...