quinta-feira, 26 de abril de 2007

Abril

Lisboa tinha cravos na janela
da cor da esperança sempre renovada
tinha uma porta aberta que era dela
e tinha um céu azul na madrugada

Depois veio uma Fúria à traição
cabelos de serpente o olhar frio
foi um dilúvio antigo de aflição
de cravos desfolhados junto ao rio.

Agora já não há cravos prá gente
há um sonho enterrado aqui por fim
e o arrastar do tempo que soía

Mas quem sabe se ficou uma semente
guardada em algum canto de jardim
talvez sabe-se lá até que dia...