quarta-feira, 25 de abril de 2007

REFÉM DA MINHA CONSCIÊNCIA

Sou refém da minha consciência
por mais que tente me controlar
Sou artífice da minha eloqüencia
Fio condutor do meu pobre poetar

Sou água que corre, rio em plena mutação
Areia que escorre na ampulheta da emoção
Sou antítese das fogueiras das vaidades
Sou o que não cala, defensor das verdades

Sou barco que navega em mares diversos
Sou amor, sou entrega, na luz dos versos
Plantador de sonhos, combatendo pesadelos
Chorando por amigos, com olhos vermelhos

Sou coração despedaçado pela minha poesia
Dom que por Deus me foi assim agraciado
Para aos corações tentar levar a harmonia
Ainda que em versos por vezes pesados

Quem bom seria falar só de alegrias
deixar o erotismo fluir inconsequente
Abrir mão desta pesada mordomia
Que no meu peito sómente se alivia
Cessando do coração a cruel sangria
Quando falo dos perigos tão latentes