sexta-feira, 27 de abril de 2007

Rejeição ao Sol

Preciso acostumar-me
a viver sem o fulgor do sol
Seus raios queimam
a pobre alma branca
Sua luz ofusca o brilho
das retinas e não acende
o farol do sorriso
Sua opulência antagoniza
com a humildade do meu ser
Rasgo o véu das fantasias
Acordo desta falsa magia
Deleito-me com a ternura da lua
Entrego-lhe a alma nua,
deito-me no seu ombro amigo
Abrigo para o casulo do meu coração
nas noites frias de solidão
Por pura rebeldia,
resolvo rejeitar o sol dos meus dias
Vou expulsá-lo dos meus sonhos
e aprisioná-lo na gaiola do tempo
para que morra nas garras do esquecimento
Aceito o chamado da sedutora lua
Nos finos lençóis de linhos,
faço o meu ninho de carinho.
Com o afago dos abraços e dos beijos
deixo meu corpo em lampejos,
envolvo-me nos braços do seu amor.