domingo, 29 de abril de 2007

ALFA EM MI

Borda os sulcos de minh'alma
alastrando em púrpura a ribeira
que desce sem eira e nem beira
tentando alcançar aquela palma.

Encurralando a água que se cala
assiste o último e pálido minuto
do grito em dor ao espaço devoluto
e em amor aqui dentro se instala.

Rompe a aurora e descreve assim
c'o cálamo sangrando em tom lilás
este horizonte que vive em mim,

e faz voltar a ele, o meu olhar
àquela luz que brilha e me traz
um segundo mais, somente para amar.