segunda-feira, 23 de abril de 2007

Atreva-se

Não use as mãos para despir do amor,
jamais jogue fora o calor do seu corpo,
mostre a ele que a ausência não é melhor,
quando molhar de desejo, não pare,
envolva seus sonhos nos que jamais realizou.


Este não é o amor que falam noutros dias,
um para sempre não acaba quando acorda pela manhã,
amantes não cruzam mares por nada,
conheço parte da sua vontade de mudar,
quando tentar renascer pode ser tarde ou nunca mais.


Assim passam os anos da sua vida,
amar não é como reler um livro,
o escuro acaba quando acendemos a luz,
assim se faz no céu, no mundo dos amantes,
a solidão é passagem de um lado ao outro do sentimento.


Volte àquela tarde que desejou se despedir,
todos temos um dia que tentamos jogar tudo fora,
quando amanhece o corpo reclama,
procura do lado oposto da cama e não encontra,
os olhos congelam e você o busca em seus pensamentos.


Se ainda deseja outro dia a mais com vida, pare,
atreva-se, misture seus sonhos a outros,
solte-se, diz às palavras que gostaria de ouvir,
provoque o desejo, peça prazer com os olhos,
seu corpo vai entender quando tomado e invadido.