quinta-feira, 19 de abril de 2007

UM PINHEIRO JUNTO AO TEJO

Junto à minha janela vive um pinheiro,
Tapando com sua sombra outras vidas,
É um pinheiro tão concreto e ordeiro,
Que nem lá vivem as tenazes formigas.

As outras árvores são deveras rasteiras,
Pois não têm como absorver o sol,
E só umas teimosas e esguias nespereiras,
Fazem aí sua parcela de vida e arrebol.

Ao longe, o Tejo, brinca com tudo isto,
Pois ele sabe que, pelos intervalos dos ramos,
Pode ser vislumbrado… por nós visto.

Que rio tão vaidoso, que veste a enseada,
Desde a cidade até onde menos o esperamos,
Lá vai ele, até à distinta tapada.