sexta-feira, 20 de abril de 2007

REQUIEM

Não espero a absolvição nem a prece
Junto ao meu túmulo, nem sentidos
Pesares, porque o que aqui carece,
São as crianças e os mui nobres mendigos.

Não me tragam flores, pois não se dão
Flores a quem morre prematuramente,
E a minha morte são coisas do coração,
Que por ora ainda flúi livremente.

Tragam-me antes apitos e bandeiras,
Para festejar a minha rápida partida,
Num cume ou nos montes as cimeiras.

E eu partirei feliz, como outro alguém,
Pois saberei que a minha linde ida,
É só minha… minha e de mais ninguém.