quinta-feira, 19 de abril de 2007

NOITES DE FEBRE

E é esta febre, que não me deixa descanso,
Fazendo-me caminhante do meu próprio ser,
Que me faz procurar ao longe um rio manso,
Que fosse, enfim, todo este meu querer.

São madrugadas procurando por mim, não
Me encontro, na noite insone e derradeira,
Onde bate solene o fortuito e inerte coração,
Das vezes que para mim é a vez primeira.

Escrevo como se não houvesse mais nada aqui,
Amarroto folhas, jogo-as ao ar, inoportunas;
Bebo do vinho o mais leve e suave carmim.

E vou percorrendo as madrugadas sozinho;
Minhas penas não tem sossego, são infecundas,
Quando é por mim mesmo que caminho.