À VIDA
Nada vai me tirar a ilusão do paraíso,
nem tampouco apagar meus sonhos...
Não perderei meu tino, meu juízo...
A ti sempre darei olhares risonhos.
Podem chover em mim ingratidões,
obstáculos vedarem o brilho da claridade
ou desafinarem as notas das canções...
A ti sempre darei olhares de suavidade.
Maldades prevalecendo ao perfume da doçura
ou mãos ceifando o desabrochar da flor,
nem isso me empurrará à loucura...
A ti sempre darei olhares de amor.
Pode o céu pra mim não azule
cere até a noite devorar meu dia...
Mas as vozes de minh’alma,
quem as irá emudecer,
se a ti sempre darei olhares em poesia?
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