sexta-feira, 31 de agosto de 2007

INSIGNIFICÂNCIA

Quando eu souber encontrar-me nos sorrisos,
nas gotas de cristal que caem da chuva,
nas duras pedras encobertas por neblina,
no sol, nos pássaros e também na brisa;

Quando tudo aos meus olhos for inerte,
já sem forma, sem cor e bem distante,
e eu penetrar qual anjo nos mistérios,
que em silêncio caminha entre as sombras;

Quando eu olhar para dentro de mim mesma
e aos caminhos do cosmo tão diversos,
serei então, como um potente microscópio
que enxerga longe em invisíveis universos.

Perceberei assim, minha insignificância,
dando lugar ao amor sobre-humano
e abraçarei a todos como irmãos:
às arvores, aos mendigos e às feras.

Livrar-me-ei do egoísmo e da vaidade
e humilde beijarei a cada espinho,
retirando piedosa minhas sandálias
pra não ferir as pedras do caminho.