terça-feira, 28 de agosto de 2007

DÉBITOS

Quando o sol deita nos lençóis do ocaso
e estende a noite sobre os meus martírios,
eu vejo impressos, nesses céus empíreos,
meus ais sem termo, sem final, sem prazo...

Netuno... Júpiter... Antares... Sírius...
que mundos habitei no astral Parnaso?
Se à noite os fito, em dúvidas me arraso
se ali estão astros, ou mortiços círios...

E em tais extremos, chego a concebê-los
quais níveas plagas de gloriosa palma,
ou negros antros de atros pesadelos!

Que eu entenda, Senhor, com tino e calma,
que os males que branqueiam meus cabelos
são crimes de milênios dentro d’alma!