PESO DA VIDA
Tudo ficou por detrás da fachada da juventude
nos dias de riso que dela saíam desprendidos.
Dias primaveris, amores febris ficados no passado
loucuras que foram a força geradora da mocidade...
Hoje os dias nascem mais tarde e o sol é vago
nas paredes se perdeu o branco, vestindo outros dias
nas manhãs onde chega a noite, ante os olhos crentes
onde tudo se torna uma estação em árido deserto!...
Quantos anos seguindo em promessas falsas
como verdadeiro sonhador, em suave realidade
onde o vácuo fora palavra intervertida, no cansaço
que percorre o império da alma em forma de tristeza
como negrume que chega, para ficar em muralha surda...
Restos de vida, sonhos atirados para o esquecimento
despedindo-se das horas de ser, em orvalho de saudade
que caminha para o nada de olhos abertos, como
quem pede à vida contas do espaço onde o coração
semeou esperança, nascendo a nudez da árida apatia.
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