terça-feira, 10 de julho de 2007

VIOLINO EM CUMPLICIDADE

Deixo no ar o som destas cordas,
arrancado em dedos com minha mão,
timbre de todas as minhas lágrimas
que choram no canto da escuridão.

Em músicas perdidas moldo em violino
o segredo da minha dor em canto mudo.
O labirinto das notas graves em pauta
cria o espaço da pausa em ritmo agudo.

Mergulho na profundeza
das intenções e desejos.
A paisagem cresce entre
tom e semitom em pelejos.

Deslizo a escala de um extremo ao outro,
nos beijos que invoco em minha boca teclada,
que pousa nos seus lábios neste encontro
de sol-e-dó em música bemol salteada.

E a melodia ecoa cancioneira
entre cantos de nuvem e sereia,
levada pela ventania mensageira
do meu grito solfejado na estrela e na areia...