quinta-feira, 26 de julho de 2007

Ser Estranho

Dentro de mim aparece às vezes
Uma mulher que em mim vive em segredo
Um ser estranho que até tenho medo
Que algum dia me expulse de mim

é mais doida, que a própria ferida
é mais calada que o próprio silencio
e tem a idade em que nada é proibido
vive comigo dentro de mim

corre pra dentro de mim
como se eu fosse uma espécie de aprendiz
fala comigo tal qual a um amigo
e me aconselha a fazer tudo aquilo
que a coragem não deixa fazer
quando eu não faço ela faz
quando eu não quero ela é audaz

quando se zanga consegue o que quer
às vezes me diz que não quer ser mulher
mas sente falta de um homem qualquer
essa mulher grita dentro de mim quando calo
essa mulher chora dentro de mim quando canto

essa mulher ri do meu sofrimento se amo
essa mulher sai de dentro mim quando sonho
essa mulher morre dentro de mim quando grito
essa mulher me dá sua mão quando sofro

ela é tão "eu" que às vezes não sei quem é ela
É tão só que as vezes não sei se sou eu
ela é a vida, é a morte doida é doída como
um corte no fundo do meu coração, coração, coração

Dentro de mim aparecem segredos
Uma mulher que me vive às vezes
Um ser estranho que até tenho medo
Algum dia me expulse de mim
Que algum dia me expulse de mim