sexta-feira, 27 de julho de 2007

Caminhante

Caminho meus sonhos debaixo do pano azul,
nos pés não tenho mais corrente,
os nós foram injustos com minha juventude,
quem sabe aprendo a mover meu destino.


Vejo fumaça saindo da boca do sub-mundo,
a fuligem do mal espalha pelo corpo,
não deixo as máscaras enfeitar meu futuro,
amor não é vício, todos têm sentimento honesto.


As balas voltam a zunir sobre minha cabeça,
é inútil quebrar minhas velhas formas de vida,
não sou passaro, também não sou pedra,
existe tempo dentro do meu tempo de sonhar.


Hoje vesti minha roupa de domingo,
lavei as mãos com o sereno da noite passada,
vou gozar depois da mulher que escolher,
o prazer começa no beijo borrado de batom.


Recortei os retratos daquele tempo marcado,
mudei meu rumo no meio da descida,
joguei com a solidão, nem sempre ganhei,
hoje espalho desejos pelo corpo de fazer amor.