terça-feira, 31 de julho de 2007

Fome e liberdade

Nasce a criança,
logo a vida inventa a lágrima,
vem o belo, o beijo,
depois, a palavra.


No som da madrugada,
o choro, a fome rodeia,
a comida falta,
o não incendeia.


Que liberdade quero,
sem chão, sem pão,
alforria de sim
e a boca atravessada de não.


Não me escutem,
não falo de calma,
aos homens que matam,
morre o corpo como vive a alma.


Pra que sonhos?
Pouco importa a vontade,
com o dia a morte torna
e mistura a fome com liberdade.