sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sem segredos

A poesia delata segredos
que a ninguém ousei revelar,
e no entanto, em total descaracterização
de privacidade ante estrofes ladras de emoção,
vampiros sedentos de cumplicidade
me defloram e me vulneram!
Aonde a fidelidade jurada aos meus afetos,
se o monopólio da poesia castrando t
abus me lançou acessível e paginada nas vitrines
aleatórias ao verbo romancista?,
sem identidade, sem reservas e sem intimidades,
reconhecida entre vãos disfarces da ilusão
que portam minhas cicatrizes seladas com as palavras,
canções, cenários, pretensões, anseios e perfumes prediletos,
pluralizando-me a peculariedade em carência comunitária?
À mansuetude das letras se impõe o tropel de vivências,
decorado pelo sorriso infantil quebrado
aos pedaços que pare fadas!