PANTOMINA
O grés da tardinha já se vislumbra por detrás do rio…Quisera eu saber-lhe da disposição, para completá-laMelhor, quando, surgindo do horizonte, eu fosse Passear meus dedos pela pantomina das janelas,Demoradamente distorcidas pelo vento que vai lá fora.
Gatos que passam, levando sombras consigo, sãoRepasto para profetas e outros alquimistas,No balaústre de suas torres de babel, quando não,Sei-o agora, castelos se vão desmoronando, Soçobrando aos tempos actuais e inflexíveis.
Vitrais de igreja se engalanam, para os rituais Nocturnos, professando o fim do mundo e a continuaçãoDo Laicismo. Misantropia que a noite empresta aosIncautos e fracos de espírito, colhendo das beatas a Seiva, sufocando-as no seu próprio vómito.
E eu dou por mim lendo Cândido ou o optimismo, deVoltaire, por sobre o piano de cauda lá de casa… Cortinas balançando tocam meu rosto… como então, aqui,O monstro simétrico, de tudo o que não tem volta,Estátua farta de verdete no cimo hercúleo de seu plinto?
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