sábado, 14 de julho de 2007

MEU SER DESAJEITADO

Meu ser desajeitado não tem um sorriso sequer,
Anda aos tropeços – alma lânguida – pelas ruas
Desta cidade, indo desembocar, porque quer
Não porque sou ou fui, nas esquinas mais nuas.

Viça uma flor, no jardim, pego-lhe pela mão,
Ei-la quebrada pela haste… Oh, ser gentío,
Quem te fez assim, louco e lúcido de antemão,
Caminhando na solidão, até que venha o frio?

Ah, antes ser louco! mas como ser louco aqui?
Minha vida nunca teve principio, meio ou fim…
E meu ser desastrado, sem um gesto sequer,

Caminha errante pela vida, como qualquer
Cousa de surrealista, que não parecesse mal,
A quem como ela no seu frémito fosse igual.