quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Insensatez

Quando Paulo fez esta severa advertência aos gálatas, muitos estavam debandando da fé, entregando-se à sensualidade.
Estavam percorrendo o caminho de modo inverso, ou seja, após terem-se consagrado às coisas do espírito, acabavam por satisfazer as paixões da carne.
Comportamento insensato semelhante ao dos gálatas surpreendemos entre muitos cristãos da atualidade.
Após esforço imenso para domar inclinações de ordem inferior, entregam-se a elas, sem mais nem menos...
Depois de terem perseverado anos a fio, resistindo às tentações, desencantados por esta ou por aquela razão, consentem em satisfazê-las.
Após uma vida inteira de renúncia e exemplos nobilitantes, quase perto de triunfarem em definitivo, rendem-se aos prazeres transitórios da existência...
Depois de terem semeado, abandonam a lavoura no justo instante de colher, alegando que carecem de recuperar para o corpo o tempo cedido em vão ao espírito...
Que se passaria com os companheiros que sucumbiram sem semelhantes provas?!
Teriam perdido a fé que depositavam nos frágeis ombros dos amigos que os decepcionaram?!
Apoiavam-se na fraqueza dos homens, para caminhar adiante?!...
Certamente.
Se apenas se deixassem influenciar pelos exemplos do Cristo, haveriam de perseverar na virtude, porque somente os passos Dele são retos o suficiente para que não nos desviemos dos objetivos superiores que buscamos alcançar.
Quantos concentraram as suas esperanças nos homens acabaram por desapontar-se!...
A palavra de Paulo ainda nos alerta para a necessidade de vigilância diária, enquanto mourejamos no corpo físico, porque numa longa caminhada podemos tropeçar no derradeiro passo, assim como podemos perder o equilíbrio no último degrau da escada que subimos.
Escrevendo a sua primeira Carta aos Coríntios, Paulo nos adverte no capítulo 10, versículo 12: “Aquele, pois, que pensar estar em pé, veja que não caia”.
Escoremo-nos na humildade, em nossa jornada, sabendo que o caminho é cheio de tribulações, dificuldades, surpresas desagradáveis, armadilhas...
Conscientes de nossas necessidades íntimas, sigamos sempre à frente, estendendo mãos fraternas, mas apoiados exclusivamente Naquele que nunca nos decepcionará.
Não cometamos a loucura de desprezar a felicidade inalterável que nos aguarda além, por alguns breves minutos de alegria no corpo que a morte reduzirá a pó.