quinta-feira, 19 de julho de 2007

Um desastre

Chora o poeta a sua dor.
Suas lágrimas são fogo,
que queimam a esperança,
expressando a voz calada
dos passageiros
vitimados pelo horror.
Sombras de sonhos desfeitos
deitam-se em cinza sobre o solo,
libertando no ar a fumaça doida.
O derradeiro inverno, marcado.
não permitiu o despertar
da próxima primavera.
Sem saída, diante da porta de entrada,
o nada traçou o ponto final,
sem chance de despedida.
Escondida, a luz do dia não brilha,
e o céu também chora.
A desgraça aconteceu e virou noticia,
sem ninguém assumir a culpa do fato.
Sentado à beira do caminho,
triste, o poeta sofre
e faz versos, sem reversos,
dizendo, de luto, a verdade
no seu adeus.