domingo, 8 de julho de 2007

REMORSO ANTIGO

Por onde vou, levo um remorso antigo,
Que aos poucos me consome e dói-me tanto,
Que até, às vezes, me provoca o pranto,
Pois eu tento esquecê-lo e não consigo.


Como um espelho de cristal quebrado,
Que ninguém pode mais reconstituí-lo,
Eu nunca mais vou me esquecer daquilo,
Que para sempre me ficou gravado:


"Eu era inda criança, e ali brincando,
Rabiscava, de casa, uma parede,
Quando veio um mendigo e foi falando:


---Meu filho, estou há muito nessa frágua,
Estou cansado e sinto muita sede!
E eu, meu Deus, neguei-lhe um copo d'água."