QUANDO O POETA AMA
Quando o poeta ama é tal a sua intensidade,
Que bem revela nos outros a sua integridade.
(Veste flor escarlate – no peito a põe – e a outra,
Que no bolsinho guarda, na lapela se apronta).
Quando o poeta ama, ama com tanta verdade
Que não há amor no mundo com tal afinidade.
(De camisa de folhos se reveste, com sobretudo
A condizer – relógio de bolso, parado e mudo).
Quando o poeta ama, ama sem ter condição,
E é tanto maior o seu amor quanto mais ele ama,
E bate forte o seu descompassado coração.
(Sapato e joanete, calça bem vincada e colete são
O resto da indumentária).
Quando o poeta ama
A uma mulher, ama-a sobretudo com sofreguidão
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