domingo, 1 de julho de 2007

QUANDO O POETA AMA

Quando o poeta ama é tal a sua intensidade,
Que bem revela nos outros a sua integridade.
(Veste flor escarlate – no peito a põe – e a outra,
Que no bolsinho guarda, na lapela se apronta).

Quando o poeta ama, ama com tanta verdade
Que não há amor no mundo com tal afinidade.
(De camisa de folhos se reveste, com sobretudo
A condizer – relógio de bolso, parado e mudo).

Quando o poeta ama, ama sem ter condição,
E é tanto maior o seu amor quanto mais ele ama,
E bate forte o seu descompassado coração.

(Sapato e joanete, calça bem vincada e colete são
O resto da indumentária).
Quando o poeta ama
A uma mulher, ama-a sobretudo com sofreguidão