segunda-feira, 9 de julho de 2007

POEMA PARA AS LUAS ANTIGAS

O Espírito do Lobo atravessa a escura noite e a fria madrugada,
para chegar até onde estás, adormecida.
Contempla-te... um manto azul de ternura silenciosamente te envolve.
Enquanto dormes, o Lobo permanecerá ao teu lado,
guardando-te toda a noite, para que durmas em paz.
O Espírito de pontiagudas presas, afugentará os fantasmas
que queiram adentrar teus sonhos.
Por trás de teus olhos oblíquos, as Luas Antigas descansam.
O Lobo não pode tocar-te, amor, apenas olhar-te com um dolorido carinho,
o mesmo carinho e ternura que não pudeste compreender,
assim como o Amor Multiplicado que não conseguiste entender.
Te agitas no sono e o Lobo se põe atento.
Nenhum fantasma ou Espírito das Sombras
conseguirá invadir teu sono; o Lobo não deixará.
Para acalmar-te com linguagem de estrelas, o Lobo te conta em sonho
mágicas lendas de antigas montanhas, como antes.
Mas o dia vai despertar e o Espírito do Lobo tem que partir,
voltar novamente para aquele lugar do Universo
onde adormecem os sonhos e ficam à espera
de que o Ciclo da Vida se cumpra e outro Ciclo comece
e eles possam acontecer. Sempre voltaremos e nos encontraremos.
Hora de partir, Luas Antigas... o Lobo te olha, demoradamente, pela última vez...
e o abraço acontece enquanto silenciosamente,
chora o Coração do Universo...