segunda-feira, 9 de julho de 2007

pensamentos contra a parede

Por não poder ser,
talvez o contra-senso
de modo intenso
deixe transparecer
a insensatez de nosso habitat irracional...

Tento enfim fazer abrolhar,
o que de concreto possa se abjugar.
Busco, lusco-fusco, me ablaquear.
E no afã de que no amanhã meu pensar
não fique a deus-dará,
e perdido se abrumar,
tenso penso no imenso, no que se faz clarejar...

Fadado ao quedado ar absintado,
procuro-me, absorvo-me, comigo adregado,
aos meus sonhos, atrelado,
sem querer esvaecer-me acapelado,
sem querer estar afaimado,
ou à carências, advinculado.

Por que fazer-me nascente,
se na minha consciência hoje, esteriotipista,
existe um bramido insistente,
a espargir um eu que se faça, que de fato exista?

Enquanto caldeio meu intento,
faz-se forte o lufar do sopro arredio do vento,
e eu feito experimento,
sou colocado às avessas, imerso em tormentos,
como se fosse um advento,
uma corredeira aberta de sofrimento.

Mas meneio por trilhas além algares.
Insiro-me na diversidade dos lugares.
Transpiro em poros, a ânsia da liberdade,
o querer fragmentado em trasgos de felicidade.

E nessa cenobiose,
eu faço de meus saberes, doses.
E procuro abarcar-me, matar minha sede.
Evitando que lancem meus pensamentos,
nus, contra a parede...