sexta-feira, 13 de julho de 2007

Menino, menina!

Nasci água que corre pro caminho da rua,
no vento que sopra no olho que pisca,
a mão que acena a garotinha que passa,
o beijo sonhado na boca que diz não.


Sou menino que acorda com o sol dourado,
carregando o lanche embrulhado em papel de escrever,
no bilhete que a professora rabiscou no quadro,
com o giz colorido como fita do cabelo da menina.


Toco o laço amarrado que encolhe os ombros,
quando falo no ouvido que ouve música,
nos fones do rádio que grita um rock setenta,
e não beija, não fala, faz beiço e roda a saia.


Evaporo no caminho como água da chuva,
que cai como a flor que veio do cabelo da lua,
sem as mãos dadas com a vontade do beijo
a boca diz não pousando os olhos na tarde da rua.