quarta-feira, 4 de abril de 2007

DANÇANDO COM BACO

Agora, que a tarde se põe, sou parte integrante
Da natureza, e a noite parece que me mente…
Porque sou tudo o que se vê e não vê, insinuante
Como a lua que se põe e, enfim, me desmente.

Dançando à lua, sou Baco, bebendo da fonte
O néctar da vida… e é por isso que me proponho
A entrar neste frenesi, como se fosse uma ponte
Para outros mundos, onde me disponho,

A ser a Terra, a Lua e o Fogo, sem cessação
Da música, que nos eleva ao mais alto de nós,
Simples mortais, em ritos de intensa fornicação.

Rogo aos semi-deuses a sua presença aqui…
E todos os jardins floridos já não estão sós,
Quando a loucura toma, por fim, conta de mim.