sábado, 21 de abril de 2007

Amar sozinho

Qual mar que desce deste meu céu?
As tempestades fazem voar meus sonhos,
como vento remove areia das ondas,
fui louco quando perdi a hora de amar.


Guardei minhas vontades em potes antigos,
peguei meus livros de feitiços e escondi,
tingi de branco todas as auras que encontrei,
não para perceber a cor, somente a paz.


Sou feito dos anos que um dia desejei viver,
construí pedaços de dias e misturei as noites,
fiz um suco de sorrisos e joguei no rosto,
abri as portas do gostar e desejei amar.


Alguma coisa ardeu dentro do meu corpo,
não foi amor, não foi paixão, me senti vazio,
aprendi que a solidão dói como faca na carne,
quando acordei não consegui voltar, amei sozinho.