sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Superando o medo

A vida exige de nós, o tempo todo, uma grande capacidade de adaptação.
Aqueles que temem a mudança e a perda de uma situação confortável, onde tudo já é conhecido, são os que mais sofrem sempre que um novo desafio é apresentado pela existência.
A cada momento podemos ser surpreendidos por novas situações e circunstâncias e se não estivermos conscientes desta realidade, as mudanças sempre nos trarão ansiedade e medo.
Temos a tendência natural de evitar os imprevistos, como se eles sempre significassem uma ameaça.
A melhor forma de nos libertarmos do medo é aceitar as mudanças como oportunidades de crescimento em nossa jornada evolutiva.
Visto que nossa passagem por este planeta tem uma curta duração, devemos aproveitar, a cada dia, a chance de superar a nós mesmos e nossas limitações, e experimentar a alegria da vitória sobre a negatividade da mente, sempre que ela tentar nos dominar.
O medo é determinado pelo receio do ego em perder o controle sobre nós.
Por isso, somente a sintonia permanente com nosso verdadeiro ser pode nos dar a coragem para aceitar as dificuldades como bênçãos.
Sem ela, continuaremos presas fáceis da ansiedade, da descrença em nosso poder e da postura de vitima que o ego insiste em nos impor.
Quando um novo desafio surgir e o medo se fizer presente, que possamos, apesar dele, seguir em frente com confiança e a certeza de que a vitória sobre o desconhecido e a insegurança trazem como resultado uma imensa alegria.
A palavra coragem é muito interessante.
Ela vem da raiz cor, que significa coração.
Portanto, ser corajoso significa viver com o coração.
E os fracos, somente os fracos vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica.
Com medo, fecham todas as janelas e portas, com teologia, conceitos, palavras, teorias e do lado de dentro dessas portas e janelas fechadas, eles se escondem.
O caminho do coração é o caminho da coragem.É viver na segurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido.
É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser.
Coragem é seguir trilhas perigosas.
A vida é perigosa.
E só os covardes podem evitar o perigo, mas aí já estão mortos.
A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido.
O perigo está presente, mas ela assumirá o risco.
O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador.
A cabeça é um homem de negócios.
Ela sempre calcula, ela é astuta.
O coração nunca calcula nada.
Coragem significa enfrentar o desconhecido apesar de todos os medos.
Coragem não significa ausência de medo.
A ausência de medo acontece se você passa a ser cada vez mais corajoso.
Essa é a experiência máxima de coragem, a ausência de medo.
É esse o sabor quando a coragem tornou-se absoluta.
Mas, de inicio, não há muita diferença entre o covarde e o corajoso.
A única diferença é que o covarde dá ouvidos aos seus medos e os segue, enquanto o corajoso os põe de lado e segue em frente.
O corajoso enfrenta o desconhecido apesar de todos os medos.
Ele conhece os medos, eles estão ali.Enfrentar o desconhecido dá a você certa excitação.
O coração começa a pulsar novamente, volta a se sentir vivo, totalmente vivo.
Cada fibra do seu ser está vibrando porque você aceitou o desafio do desconhecido.
Aceitar o desafio do desconhecido, apesar de todo o medo, é coragem.
Os medos estão ali, mas se você aceita o desafio várias vezes seguidas, devagar os medos desaparecem.
A experiência de alegria que o desconhecido traz, o grande êxtase que começa a acontecer com o desconhecido, torna você forte o bastante, lhe dá certa integridade, aguça sua inteligência.
Basicamente coragem é pôr em risco o conhecido em favor do desconhecido, o familiar em favor do estranho, o confortável em favor do desconfortável, árdua peregrinação rumo a algum destino desconhecido.
Nunca se sabe se você será capaz de fazer isso ou não.
É um jogo arriscado, mas só os jogadores sabem o que é a vida.