Soneto de um Sonho Frustrado
A fumaça alastra-se pelo infindo espaço,
O perfume dos velhos dourados turíbulos,
Na combustão do incenso de olor sagrado,
À memória dos mártires nos patíbulos...
Sob o odor que exala solene do incenso,
Há o estertor cruel, moribunda agonia...
Há um imenso contraste, o contra-senso
Da força injusta da maldita tirania...
O poeta, por sorte, tem sua dor aliviada,
Transpira, entristecido, a dor do seu sonho,
No alívio alentador de um momento bisonho
Sob uma nuvem imaginária, bronzeada,
Que o vento a leva, e o poeta de olhar tristonho,
Observa a cena da ressurreição do nada.
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