quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Soneto de um Sonho Frustrado

A fumaça alastra-se pelo infindo espaço,
O perfume dos velhos dourados turíbulos,
Na combustão do incenso de olor sagrado,
À memória dos mártires nos patíbulos...

Sob o odor que exala solene do incenso,
Há o estertor cruel, moribunda agonia...
Há um imenso contraste, o contra-senso
Da força injusta da maldita tirania...

O poeta, por sorte, tem sua dor aliviada,
Transpira, entristecido, a dor do seu sonho,
No alívio alentador de um momento bisonho

Sob uma nuvem imaginária, bronzeada,
Que o vento a leva, e o poeta de olhar tristonho,
Observa a cena da ressurreição do nada.