quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Vernissage

Canta a voz da espera insensata e sem rosto

trançando o dedo impotente, geme a louca

assassinando o amor no ciúmes da boca,

vai tocando o hino e anunciando o desgosto.





Evoca o brilho e a luz no pingente de contas

e no prisma baila tanto sonho esquecido,

dançando no cenário enfim adormecido

paga à claridade antes que ela se rompa.





Coleia em silêncio omisso a mancha insegura

limpando o andor com as lágrimas salgadas,

lavanda à alma e ao gesso da face pintada,

descascando o verniz da esfumatadura.





Segue à estátua sem trincas gritando o te-deum,

afaga a passagem... floreiras de agruras

desbotam e daquela menina obscura

escoa a seiva à vernizagem que ela inverteu...