sábado, 29 de setembro de 2007

Coração Rebelde

Queria o braço tatuado de um gigante
Apenas para lhe alcançar
E a voz do deus trovão
Para ecoar em todos os vales
A paixão infernal que sinto

A mente mente
Encobre a meia verdade
Altiplanos maias
Cidades que iludem a vista
Linhas que seguem o absinto

Sobre o passo do besouro
O esforço do laço da escuridão
Rastro que ficou plantado
Num hieróglifo do antigo Egito
O espanta gato numa parede

Na rua alfaltada de Taboão da Serra
Ecoa a sola de couro do sapato
Para conversar com espiritos
É preciso soprar no vento
Com o fio do telefone no pescoço

Um maribondo faz casa no alpendre
O mundo a sua volta
Sem inimigos a vista
Morto corpo gordo
Barcos procurando oceano

Escrevo na ponta da agulha
Procuro palavras-plantas
No livro da imaginação
O amor desprende o sangue
Coisas que não posso dizer