terça-feira, 25 de setembro de 2007

Desconhecido

Sou grão de areia no deserto do teu corpo,

o vento que leva a saudade,

o conhecido estranho,

a luz que passa entre um e outro sonho.





Revoarei teus desejos mais fortes,

ficarei tão distante quanto sua pele,

entrarei por poros exalando paixão,

serei teu, como se fossemos uma única vida.





Não me queira como sol ao meio-dia,

nem como lua ao amanhecer,

sou ardente e suave nas horas incertas,

sem ferir, sem pedir, sem tomar.





Quero ser a água que banha o corpo,

a sede que procura a fonte,

a chuva que refresca a grama,

desejo tanto como o nascimento da felicidade.





Fuja enquanto pode ou ficarei,

posso ser teu, hoje e mais nada,

amanhã, outro hoje e mais outro,

até a despedida para que comece o eterno.