quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Sem você

Sou sem querer ser, há pouco ouvi o sim,

mergulhei então nas profundezas do que sempre fui.

Certeza? Nenhuma!





Apenas alguns passos sem dono, sem caminho, sem eira;

na poeira levantada manchando minha sombra,

resquícios de sonhos... Antes nunca tê-los sonhado...





Por onde anda, minha alma amiga?





Por quais universos paira o perfume que tanto me encantou?

Ainda sinto você, seus olhos me envolvendo

e acalantando meu ser, amando-me incondicionalmente.





Leva-me além dos horizontes com os contos

que fazia nascer sorrisos em faces tristes...

Saudades... onde mora a saudade?





O que seria dela sem você?

Não há plano ou metas, não há mais nada,

apenas a lembrança que deixou...





Solta, viaja em nuvens...

Serão mesmo elas de algodão?

Voa!





Solta seu corpo ao vento,

vai liberta e como o pensamento,

pousa alegre em seu destino, desatino o meu?





Nostálgica talvez, mas nunca em uma loucura

ensaiada como quando lhe pertenci,

nos seus abraços senti a força de poder tudo.





Alcançava mundos, desbravavam fronteiras,

curavam feridas sem nem ao menos sentir dor,

aprendi com você que a vida é muito mais que viver, nunca pára.





Deixa-me agora chorar minha saudade.





Que as lágrimas em minha face desenhem

o semblante ainda tão vivo na memória,

o toque, o sentir que nunca deixou de lado o agir.





Fala novamente seus versos,

poetisa suas rimas no que de mim restou e não se esqueça nunca

dessa que sempre muito e muito lhe amou.