quinta-feira, 6 de setembro de 2007

inda viverei

Travas os tons de minhas falas,
como fosse eu delinqüente,
ages nos entrementes,
nas desvalidos intervalos,
onde o inconsequente,
mergulha no que se faz vertente,
de algo benevolente,
aparentemente complacente,
mas no fundo envenenado.

Busco no turvo abrumado,
do meu entejo,
talvez até um motivo,
algo ativo,
que me faça comemorar,
o teu desterro.
Forcejo meus sentidos,
e aindo sinto-os doridos,
pelas sessões de torturas,
as quais me impusestes.

Nem sei se o teu
pensamento denegrido,
e o teu sorriso ensandecido,
ainda existem
.
Só sei que,
marcaste a ferro e fogo,
toda a tristeza concebível,
no que em mim,
se fazia novo,
simplesmente,
por que tua flébil neurose,
ditava ordens,
para os teus algozes,
que em achincalhes,
pungiam-me,
com teus,
sujos detalhes,
faziam-me trapo,
caco, naco,
um espantalho,
que feito colcha de retalhos,
refletia cores acizalhadas,
quebradas,
quedadas...

Mas hoje parto...
Céu aberto,
feito um discreto,
e liberto pássaro colorido..
Vou ver se inda me valido,
e no vento,
que dita o frescor da brisa,,
retirar de mim,
que se fez nódoa,
pra poder esquecer
o momento bandido,
no qual durante,
antes e após,
fizeste do meu corpo,
laços, nós,
para que eu fizesse,
de uma mentira,
tua verdade.
Mas pra ti meus lábios
jamais se abriram.
Pra ti,
minhas pupilas,
sempre mentiram.

E hoje,
livre,
de teus domínios sórdidos,
lanço-me no ar...
Inda com dores,
e algumas sequelas,
mas inebriado,
com as cores vivas
de minhas asas,
que inda permaneceram,
livres, lisas e ilesas.!
Acreditando piamente,
no meu refazimento.
No fim do meu tormento.

E elas sim,
darão agora,
rumo à minha vida.
Buscarei,
ao longe,
os olhos azuis,
da mulher de fala estranha.
Abrigar-me-ei,
em suas entranhas,
e rirei de ti,
torturador bisonho.
Pois morrerás torturando.
Enquanto que eu,
viverei feliz o meu sonho.