terça-feira, 4 de setembro de 2007

AMIGA

O dia já está para nascer...
Veja amiga, os primeiros raios do alvorecer...
Estamos aqui despidas de tudo...
Com mil interrogações... A nos debater...

Perguntando sobre o silêncio dos traiçoeiros...
Das ciladas Armadas... Dos desenlaces...
Não amiga, não há nada mais cruel e covarde,
Que o peregrino amigo de duas malditas faces!

Quantos enigmas mais nos cabem decifrar?
Há tantos enfermos ainda para se aturar!
Muitos ególatras humildes para contemplar.
No final amiga minha... O que irá sobrar?

Quiçá tu... Eu... E um mundo vazio...
Sem amanhãs... Sem sol... Sem luar!
E o riso débil de quem perdeu a luta,
Depositando a última ovelha no altar!

Não olhar para trás... È o melhor a fazer...
Senão viramos estátuas de sal ao amanhecer...
Já não importa a ferida sangrando, a esperança
Que se desfez... O mundo está a fenecer!

É preciso que os mortos... Enterrem seus mortos,
Em buracos escuros... Frios e tenebrosos...
Mas jamais desista amiga... Antes persista!
Caem sempre por terra, os abutres invejosos!

Suas naus naufragam em rios caudalosos,
Eles sempre bebem do próprio veneno!
Enquanto os justos adormecem placidamente,
Em abraços amorosos, delicados e serenos...