quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Mártir inexistente

Súplice instante desta hora que se trai
rompendo o elo da conquista em tocaia amante,
ocultando os desígnios do semblante
no flerte despiedoso, ó mártir que se vai.


Um grito exonerado ecoa reticente...
qual um ópio em oferenda ao narcótico,
se bebendo do espinho o gosto exótico,
padece a outra voz rogando à inexistente.


Tangível resto embriagado em secreção
dormente, talvez, gotas rindo em silêncio
sorvendo o éter inebriante atrás do lenço,
amortecendo a boca alegre em contração.


Súplice grito do semblante inexistente,
tocaia em que se trai a gota âmbar desta taça
rompendo o grito aos desígnios da mordaça
e do amante espinho...ó mártir reticente!