quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Estes olhos...

O escuro mundo que me rodeia
com seus laivos verdes pujantes
risca minh´alma, presa em peia;
eu, animal em urros, que dantes
cortavam tua carne em fissuras.
Impermeável agora nessa couraça
que te envolve (pretensa loucura!),
tu te acovardas na manta de trapaça.
A leitura de meus profundos olhos
tu a decifras nesse teu mundo cego?
Vês nos olhos-esmeralda os escolhos
que em pontas, em tua face esfrego?
Sou adaga que sangra e fer´a pele;
ofídio que, em íngremes caminhos
sinuosos, ating´alma, inda que a sele.

Protege-te, antes do ataque...