sexta-feira, 24 de agosto de 2007

mentirosos discursos

Tanto aqui como lá, dizem as vozes pares,
o amor ecoa, além de mares, males, azares...
Queria no entanto apenas que o encanto
fizesse-se presente não apenas de forma rente,
porém profunda, rotunda...

Queria realmente achar que sou dona da rua.
Amiga e irmã da lua.
Queria saber que não existem diferenças
entre as vontades minhas e tuas...
Uma criança livre, pássaro bem disposto.
Mas o que se espelha em meu rosto
além do esquálido desgosto
de saber que a verdade habita além dos discursos?

Enquanto isso vou seguindo...
Corpo de criança.
Espirito antigo.
Um Ser quê etéreo, pasmem!
Procura abrigo!

Queria realmente brincar de rodas.
Sonho ser poeta.
Inda carrego agregadas ao meu peito
minhas velhas e fiéis bonecas...

Mas o que fazer?
Porque tão precocemente vim a saber
nesse meu tortuoso percurso,
que a verdade habita além desses
belos, vistosos e mentirosos discursos?