domingo, 5 de agosto de 2007

INSIGNIFICÂNCIA

Quando eu souber encontrar-me nos sorrisos,
nas gotas de cristal que caem da chuva,
nas duras pedras encobertas por neblina,
no sol, nos pássaros e também na brisa;
Quando tudo aos meus olhos for inerte,
já sem forma, sem cor e bem distante,
e eu penetre qual anjo nos mistérios que
em silêncio caminha entre as sombras;
Quando eu olhar para dentro de mim mesma
e aos caminhos do cosmo tão diversos,
serei então, como um potente microscópio
que enxerga longe em invisíveis universos.
Perceberei assim, minha insignificância,
dando lugar ao amor sobrehumano
e abraçarei a todos como irmãos:
às arvores, aos mendigos e às feras.
Livrar-me-ei do egoísmo e da vaidade
e humilde beijarei a cada espinho,
retirando piedosa minhas sandálias
pra não ferir as pedras do caminho.