sábado, 26 de janeiro de 2008

Olhando o Relógio...

TIC-TAC - o ponteiro dá um salto para frente....
Cada tic é um pedaço que se perde
Cada tac é uma probabilidade a menos.
TIC-TAC...
Fico impaciente, esperando.

Durante tanto tempo esperei...
Desde o exato momento de tua partida.
O tempo não passa,
O telefone não toca,
A roda não gira,
O relógio não marca o tempo,
Não existe hora.

Aturdida, levanto-me.
Leio e releio o imaginário.;
A noite escurece
No vácuo, na névoa, tudo desaparece.

Para mim é sempre noite.
Na escuridão que esta dentro de mim
Não sei o que vou encontrar...

Sem nuvens, sem raios, sem arco-íris,
Chega a hora, quando a imensidão toma conta,
Quando o proprio nada se agiganta,
Mudando o sentido da vida...

Ah! se eu pudesse ser criança agora!
Não olharia as horas,
O tic-tac não me deixaria indefesa,
Confusa, assustada, não me perderia.

E esta inquietude que me desespera,
O medo, a sede, a dor,
É a angustia, negra onda, que me afoga.

E, na tempestado do outono,
Giro, giro, como a rosa dos ventos.
Tic-tac...