quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

MENINOS DA SÉ!

Sei lá qual anjo protege
as crianças abandonadas!
Sei que as entende e delas cuida
pelas calçadas nuas ...
Deixa mais brando o sereno da noite,
menos frio o chão das ruas.
Arruma mãos anônimas que estendem
a compaixão.
Perfumadas mãos de alguém
que encontram tempo,
para entregar-lhes o pão
do amparo provisório para noite que advém!
Acomoda os malvados,
cegando-os da perversidade.
Deixa-os em penumbra
em seus frios abrigos,
escondendo-os em plena luz da cidade,
até que amanheça o dia
desperto nos sinos da Catedral da Sé.
Lá estão eles com olhos de abandono,
daqueles que perderam, na vida, a fé!
Mutantes: trombadinhas, flanelinhas,
vendedores de bugigangas,
até crescerem e ponto final.
Parece partir esse anjo
nesse exato momento,
quando mortos viram manchetes
de um qualquer jornal.
Os que vingam serão o futuro...
Recrutas de um PCC frio e vil!
Passaram uma vida inteira na Sé,
no mundo que nunca os viu!
De quem seria a culpa?
Dos governantes? Sua? Nossa?

Ah! Deus!
Quem seriam as pessoas que as filas
de cegos engrossam?

Ah! Senhor, tenho fé!
Quero os meninos da Sé e do Brasil
salvos de verdade...

Neste tempo que ainda vivemos para ver,
antes que nossos olhos
percam de vez a piedade.