terça-feira, 29 de janeiro de 2008

com a chegada da noite

E aí vem ela...
feito um efeito de reoordenar
o que durante o dia, perdeu-se
durante o caminhar.

Infinitamente enlevada
e agregada a encantação,
vem como passos de dança...
traz esperanças,
dando ao sonho vazão.
e paralelamente
encorpando a razão.

Faz-se adunada
adjurando todos
os intentos de azares...
sibila manso vento noturno
que nada tem de taciturno,
e eis que os corações cansados
fazem-se vivificados
e voltam a querer-se
soltos, libertos, clarejados.

As vozes acalmam-se...
as verdades despem-se...
as pendências resolvem-se...

Os olhares ganham sagrado brilho.
Os que se julgam sem sorte
ganham nela um abrigo.
Hora de se encontrar amigos
e reatar com inimigos...

Todo o planeta assume-se,
numa outra instância,
onde não importa o tempo...
onde faz-se irrisória a distância.

O que à luz do dia fêz-se açoite,
transforma-se em carícia...
e as conversas fluem soltas,
com a chegada da noite