segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A VIDA EM UM SONHO

A vida...
É um enredo em que o olhar é um ostensório
Que expõe o espírito carente, às vezes, disperso

ou com a pureza dos santos do éden celestial

ou, ainda, com as incertezas de um purgatório.

Nesse drama...
Sou um ator numa escala indefinida, no teatro da vida...
Faço o papel do carente na corte das rainhas do amor.

Quero navegar...
No meu barco sem amarras que me prendam à ilusão,
Quero romper o cabo da âncora das minhas incertezas
E seguir sem o instrumento que o fundeia e o imobiliza.
Nada é fácil para este timoneiro de sonhos em vão...

Não vejo o ancoradouro...
Vejo a agitação da vaga a destruir as venturas,
E os ideais conquistados com o esforço de um mouro
No decorrer desta minha vida, que é um tempo

Cheio de contradições e desditas...

E, como o meu barco...
Seguem tantos outros entre rosas e o rosários dos santos,
Entre lágrimas minadas, nos oratórios dos pecadores,
Nas orações, com peitos contritos ou em constrição...

Acordo com o sol a iluminar-me e a convencer-me
De que é uma miragem, essa viagem
Que se instalou nos meus sonhos.