sexta-feira, 14 de setembro de 2007

SOLIDÃO

Enquanto me deixei sonhar sozinha
Com a noite a evocar grilos falantes
O relógio bateu asas na andorinha
Anunciando serem duas meias-noites.



Perdi-me! Pensei ter a noção exata
de um amor como se amante fosse
Sofri o tempo a pingar em conspirata
Como dor de morte a interpor-se.



Do cheiro perfumado dos trigais
Na fúria a adoçar os vendavais
Fomos os versos nas liras da paixão.



E ao me deixares só na imorredoura
Luz solar que aos meus cabelos doura
Nascia a sombra a carregar a solidão.