domingo, 9 de setembro de 2007

A Sereia de Além-Mar

Navego por tantas aldeias...

vou à procura das teias

impressas na imaginação...

Navego, sabendo que pego

na tatuagem perdida,

aquela que foi escondida,

na palma de tua mão...

Navego em meu labirinto,

sou o que sou, o que sinto,

o que me faz navegar...

Sou a sereia inquieta,

que vem e parte e procura

onde ficou a amargura

do silêncio e da saudade...

E com meu brado de amor,

ainda procuro o calor,

que nestas águas geladas,

lindamente encrespadas,,

não me trazem esplendor...

Vou ao encontro do vento,

que de além-mar me sufoca...

Viajo, brinco com a foca,

cavalgo o golfinho também...

E neste labirinto opaco,

eu vejo que não é fraco

o meu desejo, enfim...

Se eu te desejo prá mim,

se tudo o que quero é nosso bem,

que eu navegue toda a terra,

mas que tenha, no regresso,

o meu sentimento impresso

nessa mão que não o emperra...