sábado, 1 de setembro de 2007

Se cantasse...

Se com todos pulmões cantasse e pudesse

o amor me escutar,

Além terra, céu e mar,

Ainda mais, além cosmo estelar...

Pois que ainda o espero confiante,

Debruçado em noite derramada de luar!





Pudesse o amor me escutar...

Ainda que na secura dos meus lábios vazios,

Na solidão dos meus braços frios,

Nestes tantos anos do meu existir,

quando de mim se esqueceu...





Viesse num qualquer amanhecer,

ainda que meus olhos mal consigam ver

o sorriso bendito do meu amor...

Quiçá pudesse apenas sentir o perfume

da flor que ela me trouxesse, nas mãos.






Se com todos pulmões cantasse e pudesse

O amor me escutar por qualquer janela,

Ainda que a idade me cobrasse os passos trêmulos,

Cego que fosse ainda, sentir o calor

dos beijos dela...





Desde que fosse o amor que nunca tive,

O amor que nunca senti...

O amor que sempre esperei!

Ainda que em quase morte, em meu leito,

Sentisse uma gota de seu pranto

em meu peito...





Talvez brotassem, em minha alma,

As sementes, que não vigaram de meus sonhos

Ou a esperança de um reencontro na eternidade,

Do amor que nunca senti, nunca vivi e

sempre esperei !





Que eu não morra sem qualquer esperança

De amar ainda com todo meu avesso.

Que eu pague aos cupidos qualquer preço,

Que eu pague por esta espera qualquer dor !





Que eu morra repleto de amor !

Sufocado de amor...

Vazando pelos poros todos,

Feito um besta , tolo...





Quiçá, chamado de louco ao

final de meu tempo...

Que eu possa esboçar, em meu

último suspiro,

um sorriso de agradecimento!