quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Oposicoes

Imperioso modifiques a própria conceituação, em torno do adversário, a fim de que se te apague da mente, em definitivo, o fogo da aversão.

Isso porque o suposto ofensor pode ser alguém:

que age sob a compulsão de grave processo obsessivo;

que se encontra sob o guante da enfermidade e, por isso, inabilitado a comportar-se corretamente;

que experimenta deploráveis enganos e se acomoda na insensatez;

que não pode enxergar a vida no ângulo em que a observas.

E que nenhum de nós encontre motivos para lhe reprovar o desajuste, porquanto nós todos somos ainda suscetíveis de incorrer em falhas lamentáveis, como sejam:

cair sob a influência perturbadora de criaturas a quem dediquemos afeições sem o necessário equilíbrio;

iludir-nos a nosso próprio respeito quando não pratiquemos o regime salutar da autocrítica;

entrar em calamitoso desequilíbrio por efeito de capricho momentâneo;

assumir atitudes menos felizes, por deficiência de evolução, à frente de companheiros em posições mais elevadas que a nossa.

Em síntese, para sermos desculpados é preciso desculpar.

Reflitamos na absoluta impropriedade de qualquer ressentimento e recordemos a advertência de Jesus quando nos recomendou a oração pelos que nos perseguem. O Mestre, na essência, não nos impelia tão-só a beneficiar os que nos firam, mas igualmente a proteger a sanidade mental do grupo em que fomos chamados a atuar e servir, imunizando os companheiros, relativamente ao contágio da mágoa, e frustrando a epidemia da queixa, sustentando a tranqüilidade e a confiança dos outros, tanto no amparo a eles quanto a nós.